Livro: Nosso Lar




O Livro Nosso Lar é o primeiro de uma série de livros psicografados pelo médium brasileiro Chico Xavier, que compõem uma coleção intitulada A Vida no Mundo Espiritual, atribuída ao espírito André Luiz (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro). No movimento espírita brasileiro essa coleção é também conhecida como Série Nosso Lar.

Personagens principais

1 – André Luiz (o próprio autor)
2 – Narcisa (enfermeira da colônia Nosso Lar)
3 – Laura (mãe de Lísias)
4 – Lísias (amigo de André Luiz em Nosso Lar)

Conteúdo doutrinário

a.O Autor narra sua experiência após a desencarnação, descrevendo minuciosamente o sofrido estágio de 8 anos no Umbral, detalhando-o também;
b.A seguir, conta a emoção de ter sido socorrido e ser levado para uma cidade espiritual denominada “NOSSO LAR”…
c.A partir daí, o livro abre um leque de informações absolutamente inéditas sobre o Plano Espiritual.
Não se sabe no meio espírita quem foi efetivamente André Luiz em sua última existência corpórea, exceto que foi médico e que desencarnou relativamente cedo, deixando esposa – Zélia – e três filhos: um rapaz e duas jovens. André Luiz é um mero pseudônimo.

Estrutura da cidade espiritual

Ministérios: 6 (seis), a saber: Ministério da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina. Cada Ministério é administrado por 12 (doze) Ministros.

Umbral

Região com várias escalas morais, sendo a mais infeliz denominada de “Trevas”.
De toda forma, é um termo bastante recorrente em obras mediúnicas, e que já foi incorporado aos jargões espírita e umbandista no Brasil. No livro Nosso Lar, uma das primeiras obras a mencioná-lo, o umbral é definido como uma “região destinada a esgotamento de resíduos mentais (…)”. Assim sendo, entende-se como um período posterior ao desencarne (processo em que a alma abandona o corpo após a morte deste) que possibilita à alma entender o seu atual estado espiritual. O tempo de permanência no Umbral, e a ocorrência de processos dolorosos de culpa e flagelação, vai depender do estágio evolutivo da alma e do reconhecimento humilde das faltas cometidas (quando for o caso).
André, não se conformava em ser acusado de suicida, pois sabia que não o fora, lembrando-se de haver morrido no hospital, após cirurgia intestinal.

BÔNUS-HORA

Forma de pagamento por serviços beneméritos prestados — cada hora de trabalho corresponde a um bônus-hora.

Nosso Lar

Muito embora notícias semelhantes já existissem em algumas obras espiritualista, foi Nosso Lar quem abriu portas, efetivamente, à uma nova visão da realidade espiritual além-túmulo, revelando em pormenores a vida que segue, extraordinária, para além da morte do corpo físico.
Dividido em 50 capítulos, revela a escalada de um espírito, o próprio André Luiz, desde as regiões umbralinas em que foi lançado, logo após o desencarne, até o socorro e a gradativa recuperação em magnífica e muito bem organizada cidade espiritual, denominada “Nosso Lar”.
Declara ele, logo no prefácio: “A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.”
“É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira – ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas.”
Em “Nosso Lar”, mais tarde, trabalhando humildemente como enfermeiro auxiliar nas Câmeras de Retificação, o antigo e orgulhoso médico terreno aprende sobre si e os outros de forma totalmente inovadora, sepultando aos poucos, verdadeiramente, o “homem velho” que ainda trazia em si e abrindo caminho, assim, para o futuro médico de almas em que se transformaria.
Ciente da próprias deficiências, André Luiz observa, estuda, pergunta, luta, e supera-se, no sincero propósito de renovação íntima.
Como desfecho surpreendente, consegue, afinal, licença de seus superiores para voltar à casa terrena, no intuito de rever os filhos e a esposa muito amada. Ao chegar, percebe profundas mudanças no antigo lar. A pior delas: a esposa havia contraído novas núpcias. Desespera-se fundamente. Não quer acreditar no que vê e ouve. Grita seu amor e sua saudade, porém ninguém o escuta. Está morto. Para o mundo e para a querida companheira de outrora. Mas o novo marido de Zélia está muito doente. É então que André Luiz, mesmo em profundo desencanto, dá testemunho. André Luiz socorre o enfermo, que passou a estimar como irmão, pondo em prática o que aprendera sobre o amor ao próximo enquanto em “Nosso Lar”…